Friday, July 17, 2015

Entrevista: Günther Schmidt de Miranda

Nós do blog Leitor Insaciável entrevistamos Günther Schmidt de Miranda, autor do livro: O Caso Helena.

1. Quando você começou a escrever o livro e por qual motivo?
Bem, sempre gostei de escrever tanto é que na minha mocidade cheguei a vencer um pequeno concurso literário do colégio que eu estudava em Santa Maria. Escrever, para mim, é uma limpeza; o momento em que tudo de ruim sai de mim e e jogo-me em um outro mundo. Foi no intervalos de atendimentos à população que eu comecei a escrever "O Caso Helena" e fui me apegando aos personagens e, quando vi, o livro estava pronto.

2. Acredito que suas experiencias pessoais e profissionais servem de inspiração para sua história,como foi esse processo de criação?
Sim, "O Caso Helena" é o somatório de vivências tanto na Força Aérea Brasileira, onde permaneci por mais de oito anos e meio, com os doze de Polícia Civil. Então fui recordando uma série de lembranças que foram dando corpo e coesão à obra.

3. Qual autores influenciam seu trabalho como escritor?
Ricardo Labuto e Jô Soares, confesso não me sentri atraído pelos clássicos que sempre falam de lugares e tempos distantes.

4. Pretende lançar outros livros? Alguma previsão?
Sim. "O Caso Helena" já teve um filho e, conforme meu editor, ano que vem estará sendo lançado. O nome dele? "O Caso..." Surpesa.

Capa do livro O Caso Helena
5. Em relação aos seus leitores, o que mais falam sobre o seu livro?
Realista, ladrão de atenção e direto como um projétil.

6. Acredita que ultimamente a leitura nacional vem ganhando mais espaço?
Sim. As leis de incentivo à cultura nacional e a qualidade literária brasileira estão de parabéns oferecendo ao mundo grandes obras.

7.Qual a sua opinião sobre seu próprio livro?
Se eu disser que é bom alguém vai me chamar de bobo... Se eu declarar que é ruim, ninguém vai querer ler. Mas, pelas críticas e palavras que recebo sobre a obra, acredito que seja ótima.

8.Por que as pessoas devem ler o seu livro?
Através dele tento levantar o gênero policial em um ambiente atual e brasileiro abordando temas típicos da nossa realidade. Não "importando" temas, locais e épocas tipicamente européias ou norte americanas. Para os nacionalistas verde-amarelos, essa obra é uma tentativa de nova visão e abordagem enaltecendo os varos brasileiros.

Então é isso, pessoal. Lembrando que em breve teremos a resenha de O Caso Helena aqui no blog.
Até mais.

Resenha, Quase Acaso- André Tressoldi

Título: Quase Acaso
Autor(a): André Tressoldi
Páginas: 168
Editora: Novos Talentos
Classificação: ★★★

Depois de tentar a vida na cidade grande, Reinaldo, de origem simples, volta para o interior e resolve cursar uma faculdade. Lá, apaixona-se por Vânia, uma garota misteriosa que arrebata por completo o coração do rapaz. Mas entre os segredos da garota está o fato de ela já ter um namorado. Desiludido, Reinaldo resolve desistir desse amor. Com o passar dos anos, torna-se um renomado Doutor em Educação, dedicando-se a ministrar palestras pelo mundo. Porém, o tempo e as transformações não foram suficientes para que se esquecesse de Vânia. O destino, no entanto, pode mudar a seu favor com a presença do mafioso Giuseppe Fiorentini, que possui um inusitado plano para ajudar o amigo. Quase Acaso é uma narrativa imprevisível e apresenta reflexões sobre como as escolhas, as surpresas e a sorte são determinantes para a trajetória de cada um.

Esse livro fala principalmente de alguém que buscava crescer na vida. Com pais que já estavam acostumados com a situação financeira e com a vida no interior, Reinaldo vai procurar sua sorte na cidade grande.
Reinaldo começa a estudar e se torna um aluno exemplar. Por mais esforço que houvesse nos estudos, seus olhos só seguiam uma direção: Vânia. Porém na Itália está Giuseppe Fiorentini, um rapaz de família rica que foi obrigado por seus pai a participar da máfia italiana. Ninguém imaginaria duas pessoas de locais completamente diferentes um dia poderia se encontrar e mudar totalmente o rumo da história.

Eu sinto falta principalmente de capítulos para dar pausas e a leitura ser mais fluida. O livro é quase todo narrado e não há tantos diálogos, fator que pode desagradar alguns leitores. O tema usado é bastante interessante porém tratado de forma superficial, mas talvez no nível certo para o clima que o autor queria proporcionar aos leitores.



Garanto que a leitura vale a pena, é um ótimo livro para quem busca um drama com toques de suspense. Em breve farei a resenha de outro livro do mesmo autor: Suicídios em Bom Jesus.

Curiosidades: Agatha Christie [Part. II]

Agatha Christie é, e sempre será, a Rainha do Crime. Soberana dos romances policiais, vendeu bilhões de livros pelo mundo e foi traduzida para 45 línguas, sendo ultrapassada em vendas somente pela Bíblia e por Shakespeare. Nasceu Agatha Mary Clarissa Miller, em 15 de setembro de 1890, na cidade inglesa de Torquay, mais precisamente na mansão Ashfield. Cresceu ouvindo as histórias de Conan Doyle, Edgar Allan Poe e Leroux, contadas por sua irmã mais velha, Madge. Mas foi a mãe que lhe incentivou a começar a escrever contos, quando um forte resfriado fez a menina Agatha ficar alguns dias de cama. Anos mais tarde, continuaria escrevendo encorajada por Eden Phillpotts, teatrólogo amigo da família. Já famosa diria que, no início, todas as suas histórias eram melancólicas e que a maioria dos personagens morria no final. A coluna Curiosidades trará coisas que nem todos conhecem do mundo literário. Está é a segunda parte das curiosidades da Agatha Christie, se não viu a primeira parte é só clicar aqui.

11. Em O caso dos dez negrinhos, a autora pensou, a princípio, em contar com oito personagens, depois doze e finalmente os dez da história original.

12. Agatha Christie viajava muito. No início dos anos 1920, deu a volta ao mundo com o marido e chegou a surfar na África e em Honolulu, como descreve em sua Autobiografia.

13. Em meados da década de 1920, após a compra de uma casa no campo, Agatha e o marido, Archie (Archibald Christie), começaram a se distanciar. A crise entre ambos aumentou quando a escritora precisou assumir a organização da propriedade da família em Torquay, após a morte de sua mãe. Enquanto Agatha foi para a propriedade Ashfield com a filha Rosalind, Achie ficou trabalhando em Londres. Quando se encontraram novamente, três meses depois, o marido confessou que havia se apaixonado por outra mulher e queria o divórcio. Isso, somado à morte recente da mãe, levou Agatha Christie a um colapso nervoso. Em dezembro de 1926, seu carro foi encontrado abandonado, com as portas abertas, à beira de um lago, sem nenhum bilhete. Falou-se em sequestro, suicídio e até assassinato, sendo o marido infiel o maior suspeito. 12 dias depois, o empregado de um hotel na cidade de Harrogate contatou a polícia informando que uma das hóspedes era muito parecida com as fotos divulgadas da desaparecida. Chegando ao local, os investigadores descobriram tratar-se realmente de Agatha Christie que estava registrada no hotel como nome de Theressa Neele, o mesmo sobrenome da amante de seu marido, Nancy Neele. Agatha jamais entrou em detalhes sobre o que aconteceu e a declaração oficial foi a de que ela havia sofrido amnésia temporária devido ao colapso nervoso.

14. Acredita-se que no livro O retrato ela conte um pouco de sua história através da personagem Celia, que pensa em suicídio após ser abandonada pelo marido.

15. Durante a Segunda Guerra Mundial, Agatha ficou com medo de morrer. Por isso, escreveu os livros Cai o pano e Um crime adormecido onde, respectivamente, “mata” os personagens Hercule Poirot e Miss Marple (ela temia que após sua morte eles pudessem ser usados). Os livros ficaram guardados no cofre de um banco durante muitos anos.

16. Entre seus próprios livros, os preferidos de Agatha eram A casa torta, de 1949, e Punição para a inocência, de 1957.

17. Agatha Christie afirmou que as duas coisas que mais a empolgaram na vida foram: ter seu próprio carro e jantar com a Rainha da Inglaterra no Buckingham Palace.

Fim

(via: .lpm-agathachristie.com.br)




Resenha: Sereia Negra, Vinicius Grossos

Título: Sereia Negra
Autor(a): Vinicius Grossos
Páginas: 200
Editora: Selo Jovem
Classificação: ★★★


“Um peixe fora d’ água” – foi exatamente assim como Inês se sentiu a vida toda. No seu aniversário de quinze anos, Inês têm todos os seus sentimentos de revolta aflorados de forma aplacável; seu pai a abandonou assim que ela nasceu, sua mãe morreu no parto, ela nunca teve amigos, nem nunca se sentiu atraente o suficiente para os meninos com quem tivera contato. É então que Inês decide que sua vida deve ter uma mudança radical. Mal saberia ela que essa mudança estava mais próxima do que ela imaginava...
Numa tempestade repentina e sobrenatural, Inês é tragada pelos mares – tragada pelo seu mundo. Inês é uma sereia. E mais do que isso, ela é uma lenda viva – um ser aguardado por todas as sereias e tritões de Atlanta, um dos vários reinos que existem abaixo do mar sem o conhecimento dos humanos, como a grande salvadora deles. Inês é a Sereia Negra, a única sereia de cor negra de toda a história!
Mesclado de fantasia e magia, lendas gregas e brasileiras, somado a um retrato da nossa realidade social, Sereia Negra promete te mostrar uma nova visão não só desses seres fantásticos, mas de questões da vida que vão além da fantasia.

Na literatura brasileira, as sereias eram quase inexistentes. Porém, Vinicius Grossos - um novo autor contemporâneo - Escreve não apenas sobre sereias, mas sobre sereias negras. 

 O livro conta a história de Inês, uma jovem órfã que mora com o avô e que não está satisfeita com a sua vida. Um antigo aquário que possui é sua maior lembrança do passado. Acreditando que ao se livrar dessa recordação tudo irá mudar. Inês joga o aquário no mar e sua vida tem uma reviravolta inesperada. 

(...) Preconceito, seja o tipo que for, é falta de amor próprio da pessoa que a ataca... É falta de amor, de pureza e de Deus. É falta de humanidade. E quanto a isso, você não tem que se preocupar... O mundo se encarregará de lhe ensinar a lição devida. Você só deve esquecer e fingir que não é com você, e entender, e perdoar, que pessoas assim, são assim porque nunca conheceram o amor verdadeiro."

"Sereia negra" está longe de ser um livro apenas de ficção/fantasia. "Sereia Negra" é principalmente sobre o preconceito existente no Brasil. E a importância de um autor brasileiro dialogar sobre isso e de certa forma "debater" é de extrema necessidade em um país com um número tão grande de casos graves sobre esse tema.

O aniversário de 15 anos para uma garota é um momento de total transição e para Inês não foi diferente. E o momento escolhido para Inês se tornar uma sereia não poderia ser mais perfeito. 

Posso garantir que é um dos poucos livros desse gênero que me fez ficar entusiasmado. Vinicius tem um grande futuro na literatura e espero - muito - que outros bons livros cheguem ao mundo. 



Layout feito por Victor Lacerda